sábado, 5 de junho de 2010

Tic-tac ;

É triste quando as palavras ficam gastas, quando a boca fica muda, quando o pensamento fica vazio e a alma opaca, quando a caneta fica sem tinta e o papel rasgado e ficamos assim parados no tempo a respirar nostalgia, sem saber o que fazer. Divagamos á sorte, soltos no ar, focamos no tic-tac infinito do relógio. Tic-tac, tic-tac ... o tempo não para e nós continuamos parados, a ver e a ouvir o tempo passar. Talvez tenha sido demasiada informação, demasiada escrita, demasiada luta, demasiada força, demasiadas palavras, talvez tenha sido demasiados demais... mas e quando não sabemos que é demais ? Nada, apenas paramos. Eu já soube que foi demais. E quando soube, parei, olhei para traz, reflecti, rebentei, explodi como um foguete sombrio no céu escuro de uma noite. Perdi-me na escuridão imersa sem me encontrar. Fiquei muda, sem saber o que dizer ou fazer, como se fosse algo arrebatador. De tantas más energias e cargas de tensão fiquei imovel, intacta. Sem querer, o meu corpo moldou-se ao tempo, ao ar, fiquei uma estatua. Um estatua humana parada no tempo que não para. Mas e então ? Ia continuar parada ? Sem fazer nada ? Perdida no tempo ? Não. Movi-me, quebrei todo o gelo que me cobria, fiz passos dos quais construi o meu caminho, porque na vida nada para quando paramos e é por isso que nao podemos parar e apesar de vazios caminhar, pois nada muda se tu nao mudares !
Agora sou uma sobrevivente do tempo, uma exploradora do vento e cada dia, cada minuto é sabedoria, é um sorriso, um abraço uma palavra que eu aprendo e que guardo dedicadamente cá dentro.

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