Eu oiço a tua voz através da fotografia que seguro na minha mão, enquanto caminho para longe.
Oiço-a dizer todas aquelas palavras, oiço-a a falar do que não somos capazes. Mas porquê ? Por que não falar antes, do que somos realmente capazes ? Que é amar. Amar...
Amar por vezes é o suficiente. Para mim, é o suficiente para te querer na minha vida.
Nós, somos todos capazes de amar, amar verdadeiramente, como canta por gosto e pinta por paixão. Amar livremente como quem escreve, e escrever como quem ama.
Eu não escrevo palavras, eu escrevo o amor na sua perfeita melodia. Eu amo-te e disso sim, eu sou capaz. Mas limpo a alma e paro um pouco. A tua voz tortura-me com todas aquelas memórias. Talvez seja tudo uma ilusão, talvez seja toda esta magua que insiste em perceguir-me. As fotografias não falam, mas a tua sim, talvez por ser a única coisa tua que me reste... mas algo está errado.
Já se passaram algumas horas e eu continuo aqui a tentar perceber o que fiz de errado, o que está errado, o que falta, eu continuo aqui parada a dar voltas e voltas á minha cabeça. É como um grande quebra-cabeças da qual me deixa tonta de tanto quebrar e pensar.
Acabei por queimar a tua fotografia e delicadamente dei as suas cinzas ao mistico vento, para que ele as levasse para longe.
Agora sorrio, respiro este silencio confortante e abraço esta brisa fresca que me dá vida e continuo a andar.
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