Dantes costumava ser o tempo que me queria parar, agora, sou eu que o quero parar a ele. Então eu corro e agarro-o, imploro que ele pare. Eu apenas preciso de um minuto para respirar.
Sinto que o mundo me caiu em cima. Os meus caminhos quebraram-se dando origem a vias-rápidas. Posso estar partida mas a minha consciencia, juntamente, com a minha força de espiríto levam-me a remar a contra a maré, porque é a maré forte e arrebatadora que faz de mim um ser forte, um ser maior e não as vias-rápidas.
Agora, estou num espaço vazio, branco e sereno mas mesmo assim não consigo ter paz em mim e na minha alma. Então pego em tudo o que sinto por ti e guardo dentro de uma pequena caixa que coloco a um canto. E fico horas a olhar para ela, tão escura e sombria. Automaticamente pego em palavras e começo a formar um texto. Um texto com um rasto teu, frio e distante. Esse texto tornou-se apenas num texto, como tantos outros que escrevi em vão. Tudo o que eu sinto (por ti) liberta-se agora da pequena caixa e junta-se com tudo aquilo que me fizes-te. Arrebatadoramente, isso tudo dá origem a fantasmas que me assombram e me prendem a memórias passadas.
A gravidade já não me prende ao chão, o sol já não brilha no meu céu. Sou o vento e o tempo (parado?!) é o abraço que me cura e resguarda de tudo á minha volta. É o cazulo que me protege.
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